AMM e DEX nativa na XRPL
A XRPL possui uma DEX on-ledger desde os primórdios e, mais recentemente, um AMM nativo projetado para integração direta ao protocolo. Em vez de depender de contratos inteligentes complexos, a lógica de negociação e liquidez fica embutida nas regras do ledger.
1. DEX de order book
Na DEX nativa, cada par de ativos (por exemplo, XRP/USD, USD/EUR, XRP/USDC) possui um livro de ofertas (order book) próprio, armazenado no ledger.
- Ordens de compra e venda são objetos on-chain com preço, quantidade e flags (como fill or kill ou immediate or cancel).
- A correspondência ocorre no fechamento de cada ledger, quando o consenso valida o conjunto de transações.
- Ordens podem consumir liquidez parcial e gerar ofertas remanescentes se não forem totalmente preenchidas.
Como os livros estão no próprio protocolo, qualquer carteira ou aplicação pode ler e negociar sem depender de APIs proprietárias.
Auto-bridging com XRP
Um recurso importante da DEX é o auto-bridging: a rede consegue compor caminhos de negociação usando XRP como moeda-ponte. Por exemplo:
- você quer trocar BRL-issuer-A por USD-issuer-B;
- o ledger pode combinar BRL/XRP e XRP/USD, mesmo que não exista um livro BRL/USD direto;
- isso amplia a liquidez e reduz a necessidade de pares para cada combinação de moedas.
2. AMM nativo
Além da DEX, a XRPL ganhou um Automated Market Maker (AMM) integrado à camada de protocolo. A ideia é semelhante a AMMs populares de outras redes, mas com regras definidas diretamente no código do ledger.
- Cada pool é um par de ativos (ex.:
XRP/USDC) com curva de preço automática. - Fornecedores de liquidez (LPs) depositam os dois ativos e recebem LP tokens que representam sua participação.
- Taxas de negociação ficam dentro do pool e são distribuídas aos LPs.
- O AMM pode ser usado em conjunto com a DEX (ordens podem atravessar livros + pools).
Riscos: perda impermanente e liquidez rasa
Como em outros AMMs, existem riscos importantes:
- Perda impermanente: se o preço relativo dos ativos do pool se mover muito, o LP pode terminar com menos valor do que teria simplesmente segurando os ativos fora do pool.
- Liquidez limitada: em pares novos ou com pouco volume, grandes ordens podem causar deslizamento (slippage) elevado.
- Risco de integrações externas: carteiras e interfaces que se conectam ao AMM precisam ser bem auditadas.
3. Exemplos práticos de uso
- Usuário final: fazer swap entre duas moedas (ex.: XRP <-> stablecoin) direto na carteira, aproveitando livros e pools.
- Arbitradores: explorar diferenças de preço entre a XRPL e outras bolsas, ajudando a manter mercados alinhados.
- Emissores de ativos: criar pares com stablecoins ou tokens próprios para oferecer liquidez aos usuários.
Referências
Riscos: roteamento de ordens, volatilidade, baixa liquidez em pares novos e possíveis bugs. Estude antes de usar valores relevantes.